Pesquisadores da Uerj e do Museu Nacional descobrem nova espécie de peixe pré-histórico na Antártica
Pesquisadores da Uerj e do Museu Nacional descobrem nova espécie de peixe pré-histórico na Antártica Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janei...

Pesquisadores da Uerj e do Museu Nacional descobrem nova espécie de peixe pré-histórico na Antártica Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Museu Nacional anunciaram a descoberta de uma nova espécie de peixe pré-histórico na Antártica. O achado, publicado nesta segunda-feira (11) na revista “Scientific Reports”, do grupo Nature, representa um marco para a paleontologia brasileira. O fóssil tem cerca de 66 milhões de anos e mede apenas 6 centímetros. Apesar do tamanho, sua importância é gigantesca: trata-se do vertebrado mais bem preservado já encontrado no continente gelado. A espécie foi batizada de Antarctichthys longipectoralis. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Fóssil de peixe encontrado na Antártica Reprodução/TV Globo Colegas de dinossauros Toda a pesquisa, do trabalho de campo à divulgação, durou 4 anos. “É uma espécie nova que viveu na mesma época dos dinossauros, e o esqueleto está praticamente completo. Isso ajuda muito a ciência, tanto nas pesquisas sobre a Antártica quanto sobre o Brasil”, explica o paleontólogo Arthur Brum, da Uerj. A descoberta foi feita durante uma expedição à Ilha James Ross. Segundo Brum, o solo da região empurra fragmentos rochosos para a superfície, o que permite a identificação visual dos fósseis. “Estávamos caminhando, como sempre, olhando para o chão. Quando vimos esse fóssil, percebemos que era algo diferente e muito bem preservado”, relembra. A pesquisa foi liderada pelo Laboratório de Sistemática e Biogeografia da Uerj, em parceria com o Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O fóssil passou por uma tomografia computadorizada na Coppe/Ufrj, o que permitiu aos cientistas examinar estruturas internas que não seriam visíveis a olho nu. “A tomografia revelou detalhes inéditos. O fóssil está dentro de uma concreção, e conseguimos ver estruturas que nunca tinham sido observadas antes”, destaca Valéria Gallo, professora do Departamento de Zoologia da Uerj. Fóssil passou por uma tomografia computadorizada na Coppe/Ufrj Reprodução/TV Globo Antártica era quente A análise do fóssil permitiu aos pesquisadores reconstruir o ecossistema da Antártica no período pré-histórico. Na época, o continente tinha temperaturas entre 20°C e 30°C, com uma fauna rica em peixes, aves, répteis e anfíbios. A vegetação incluía espécies hoje comuns no Brasil, como araucárias, pinheiros e samambaias. A descoberta também reforça as semelhanças entre a Antártica e o sul da América do Sul, incluindo o Brasil, Chile e Argentina, e contribui para o entendimento sobre as mudanças climáticas ao longo da história do planeta. Concepção artística mostra como era a Antártica há 66 milhões de anos Reprodução/TV Globo Pesquisadores na Ilha James Ross, na Antártica Reprodução/TV Globo