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Justiça mantém prisão de filhos de idoso cujo corpo ficou escondido dentro de casa por meses

Polícia investiga se dupla teve motivação financeira para ocultar o corpo. Irmãos são presos em flagrante por manter corpo de pai há meses dentro de casa...

Justiça mantém prisão de filhos de idoso cujo corpo ficou escondido dentro de casa por meses
Justiça mantém prisão de filhos de idoso cujo corpo ficou escondido dentro de casa por meses (Foto: Reprodução)

Polícia investiga se dupla teve motivação financeira para ocultar o corpo. Irmãos são presos em flagrante por manter corpo de pai há meses dentro de casa no Rio A Justiça converteu de provisória para preventiva a prisão dos filhos de Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, idoso encontrado morto dentro de casa, na Ilha do Governador, em avançado estado de decomposição. A audiência de custódia de Marcelo Marchese D’Ottavio e de Tania Conceição Marchese D’Ottavio foi na tarde deste sábado (24). Internados em unidades psiquiátricas desde sexta (23), os irmãos não compareceram à sessão. A juíza Laura Noal Garcia, da 14ª Vara Criminal, ponderou que Marcelo e Tânia não tinham antecedentes criminais, mas “a gravidade concreta das condutas por eles praticadas justifica a manutenção da custódia cautelar”. A magistrada destacou ainda que os irmãos “resistiram à entrada domiciliar lícita dos agentes policiais em cumprimento de mandado de busca e apreensão, sendo necessário uso de força policial para contê-los”, e afirmou que Marcelo “apresentou comportamento agressivo, agitado e alterado”. Motivação financeira é investigada A investigação da 37ª DP (Ilha do Governador) descobriu que Dario Antonio Raffaele D’Ottavio tinha 2 benefícios ativos no INSS que somavam mais de R$ 5 mil, o que reforça a tese de que o corpo do idoso foi mantido dentro de casa durante meses por motivação financeira. Na última quarta-feira (21), o corpo de Dario foi encontrado em avançado estado de decomposição em um dos cômodos do apartamento onde viviam os filhos. Eles foram presos em flagrante por ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal. “As diligências iniciais revelaram que Dario era titular de 2 benefícios previdenciários ativos junto ao INSS, uma aposentadoria e uma pensão por morte, o que reforça suspeitas sobre possível motivação financeira por parte dos indiciados”, revelou o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP. “Essa linha de apuração segue sob análise, sem prejuízo da consideração de outras hipóteses investigativas”, ressaltou o delegado. A 37ª DP (Ilha do Governador) não descarta a possibilidade de homicídio. Bens novos e casa trancada A Polícia Civil encontrou diversos bens aparentemente novos na casa, o que já tinha levantado as suspeitas de motivação financeira. Os investigadores acreditam que Dario tenha morrido há pelo menos 6 meses, mas vizinhos contaram que não o viam desde novembro de 2023. Antes, recordam terem ouvido uma briga entre Dario e Marcelo, em que o filho ordenava ao pai que lhe entregasse o cartão do banco e a senha, e que Dário teria se recusado. Daquela época em diante, os filhos praticamente trancaram a casa e não deixaram ninguém entrar. Uma vizinha relatou ter acionado a Polícia Militar diversas vezes para que os agentes entrassem no imóvel e verificassem o paradeiro do idoso. Ela chegou a suspeitar que ele estivesse sendo mantido em cárcere privado pelos filhos. Segundo ela, Marcelo impediu a entrada dos PMs no apartamento. Em depoimento, ela informou ainda ter procurado o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Tubiacanga, mas ouviu que, sem um mandado judicial, nem o órgão nem a polícia poderiam intervir.

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