Idoso encontrado morto após meses tinha dois benefícios ativos do INSS que somavam mais de R$ 5 mil
Dario Antonio Raffaele D’Ottavio recebia uma aposentadoria e uma pensão por morte. Valor total é de R$ 5,2 mil, apontaram dados previdenciários enviados à...

Dario Antonio Raffaele D’Ottavio recebia uma aposentadoria e uma pensão por morte. Valor total é de R$ 5,2 mil, apontaram dados previdenciários enviados à 37ª DP (Ilha do Governador). Irmãos são presos em flagrante por manter corpo de pai há meses dentro de casa no Rio A 37ª DP (Ilha do Governador) descobriu que Dario Antonio Raffaele D’Ottavio tinha 2 benefícios ativos no INSS que somavam R$ 5.207,91. Segundo o delegado Felipe Santoro, responsável pelo caso, a informação reforça a tese de que o corpo do idoso foi mantido dentro de casa durante meses por motivação financeira. Os dados foram obtidos a partir da declaração de benefícios de Dário, em que constam a aposentadoria (R$ 3,689,91) e a pensão por morte (R$ 1.518) . Na última quarta-feira (21), o corpo de Dario foi encontrado em avançado estado de decomposição em um dos cômodos do apartamento onde viviam os filhos, Marcelo e Tânia. Eles foram presos em flagrante por ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal e estão internados sob custódia em uma unidade psiquiátrica. “As diligências iniciais revelaram que Dario era titular de 2 benefícios previdenciários ativos junto ao INSS, uma aposentadoria e uma pensão por morte, o que reforça suspeitas sobre possível motivação financeira por parte dos indiciados”, revelou o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP. “Essa linha de apuração segue sob análise, sem prejuízo da consideração de outras hipóteses investigativas”, ressaltou o delegado. A 37ª DP (Ilha do Governador) não descarta a possibilidade de homicídio. Bens novos e casa trancada A Polícia Civil encontrou diversos bens aparentemente novos na casa, o que já tinha levantado as suspeitas de motivação financeira. Os investigadores acreditam que Dario tenha morrido há pelo menos 6 meses, mas vizinhos contaram que não o viam desde novembro de 2023. Antes, recordam terem ouvido uma briga entre Dario e Marcelo, em que o filho ordenava ao pai que lhe entregasse o cartão do banco e a senha, e que Dário teria se recusado. Daquela época em diante, os filhos praticamente trancaram a casa e não deixaram ninguém entrar. Uma vizinha relatou ter acionado a Polícia Militar diversas vezes para que os agentes entrassem no imóvel e verificassem o paradeiro do idoso. Ela chegou a suspeitar que ele estivesse sendo mantido em cárcere privado pelos filhos. Segundo ela, Marcelo impediu a entrada dos PMs no apartamento. Em depoimento, ela informou ainda ter procurado o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Tubiacanga, mas ouviu que, sem um mandado judicial, nem o órgão nem a polícia poderiam intervir.